“Vocês sabem que me faz muito mal escrever. É como se eu estivesse vomitando. Cuspindo sangue pela boca”, diz o ator Marcel Gritten (foto), intérprete do futuro escritor ainda menino, num cenário sombrio que desloca o espectador do Teatro Novelas Curitibanas para a Praga do século 19. “Quando eu crescer, vou abandonar as palavras, não quero nem pensar.”
Tintas expressionistas desbotam sua infância, tratada pelo grupo Delírio como uma fábula negra, em que as figuras da imaginação do garoto se materializam para atormentá-lo, já não bastassem o medo e a culpa originados do contato com o pai repressor e uma sociedade que perseguia judeus. Ou seriam exatamente reflexos internos desse exterior. (LR)
Fonte: Publicado em azeta do Povo, 12/06/2009 Danmiel Castellano/Gazeta do Povo
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